MP de Goiás pede afastamento de delegado suspeito de troca de "favores imorais e ilegítimos"
O Ministério Público de Goiás protocolou pedido de afastamento do
cargo, quebra de sigilo bancário e sequestro de bens do delegado titular
da delegacia de Luziânia, no entorno de Brasília. Rosivaldo Linhares
Rosa é suspeito de corrupção policial e improbidade administrativa.
O objetivo da ação, segundo o MP, é verificar a suposta existência de
pagamento em troca de “favores imorais e ilegítimos” em benefício de
criminosos. Ele também estaria usando terceiros para extorquir presos e
deixar de realizar prisões em flagrante.
O delegado negou as acusações e disse que nunca participou de ações
parecidas com as apresentadas. E disse que até ontem não havia sido
notificado. Ricardo Rangel de Andrade, um dos promotores de Luziânia,
contou que já vinha recebendo notícias de envolvimento do policial com
práticas ilegais, o que acabou confirmado pelo inquérito policial.
“Ele já estava sendo investigado há um bom tempo e de alguns meses para
cá vimos, pelos inquéritos policiais, que havia irregularidades.
Inclusive, uma das vítimas se dispôs a prestar esclarecimentos no MP”,
afirmou Andrade.
Na ação, os promotores relatam que em setembro de 2011, o MP ofereceu
denúncia contra três pessoas por furto a um supermercado de Luziânia.
Foi apreendido um caminhão que seria usado para transportar os produtos.
Ignorando o fato da participação de três pessoas, o delegado entregou o
caminhão a um deles, o que configura “flagrante ofensa às normas
processuais”.
Em outro caso, duas pessoas foram presas. Uma delas já havia sido
detida anteriormente por tentativa de homicídio, tendo saído da Casa de
Prisão Provisória há cerca de um mês. O caso, segundo os promotores
responsáveis pelo caso, era de encaminhamento para o Judiciário. Ao
contrário disso, aponta a ação, o delegado concedeu uma fiança de R$
800,00, quantia considerada irrisória, deixando livre novamente o
criminoso.
Outra ação por ato de improbidade administrativa é movida contra o
delegado Rosivaldo Linhares Rosa, figurando como acionado também o
motorista Jader Pereira Teles. De acordo com o processo, em outubro do
ano passado, na sede da delegacia, os dois teriam exigido e recebido de
um casal pagamento para que deixasse de autuar em flagrante um deles por
tráfico de drogas.
Fonte: Rafhael Borges
Do UOL, em Goiânia
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