"Aquele que for escolhido deverá ser acolhido com muito amor". O papa Bento 16 anunciou nesta segunda-feira a renúncia ao pontificado. Ele deixará o posto às 20h (16h de Brasília) em 28 de fevereiro.
Ao lado de outros quatro cardeais brasileiros, Dom Damasceno será um dos que participarão da escolha do novo pontífice e, ao mesmo tempo, também poderá ser escolhido para assumir o posto.
"Todos os que estão lá podem ser escolhidos, mas ninguém se candidata para o cargo. Confiamos muito no Senhor para nos iluminar na escolha do futuro sucessor".
Além de Damasceno, poderão votar dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para o Clero, dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, e dom João Braz de Aviz, arcebispo de Brasília.
Dom Damasceno disse que só ficou sabendo nesta segunda-feira (11) da renúncia do papa e pela imprensa.
"Recebemos a notícia com muita surpresa e ficamos muito sentidos, mas compreendendo também os motivos alegados pelo papa. Por causa da idade, a saúde fica mais debilitada, o que o torna, digamos assim, incapaz de exercer ou cumprir o seu ofício", afirmou, acrescentando que Bento 16 fez um ministério "extraordinário, maravilhoso, rico e frutuoso".
Dom Damasceno ressalta que, embora a renúncia de um papa esteja prevista no Direito Canônico, ela surpreende porque não é um fato que ocorra sempre.Segundo ele, a agenda atribulada e os inúmeros compromissos oficiais, inclusive no exterior, exigem "certo vigor físico, ânimo e espírito". "Eu que sou bispo de uma diocese vejo essa dificuldade, imagina o papa?", indaga.
"Sabemos que a renúncia é possível e o papa fez até uma alusão a ela naquele livro ‘Luz do Mundo: O Papa, a Igreja e os Sinais do Tempo’, mas não imaginávamos que fosse se concretizar de fato."
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