Os corpos das sete pessoas
que morreram após o naufrágio da canoa em que estavam no Lago Corumbá III, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, foram enterrados na
noite de segunda-feira (24) no Cemitério Parque Memorial, em Novo Gama, também no Entorno. De acordo com o Corpo de
Bombeiros, mais de mil pessoas acompanharam a cerimônia, que durou cerca de
três horas.
Os corpos das vítimas, que
eram quatro crianças, uma adolescente e dois adultos, foram enterrados juntos.
O velório foi marcado por muita comoção e tumulto. Parentes e amigos
tiveram dificuldade para se aproximar dos caixões devido à grande quantidade de
curiosos. “Tem muito mais curioso do que conhecido”, reclamou a estudante e
amiga da família Maria de Fátima. Além das 7 vítimas, quatro passageiros
sobreviveram ao naufrágio.
A Polícia Civil já começou a
investigar o caso. Dois fatores vão ser analisados: quem é o responsável pelo
acidente e o que provocou o naufrágio da embarcação. De acordo com o delegado Igor
Carvalho, responsável pelo caso, os depoimentos dos sobreviventes reforçam a
tese de que houve negligência por parte do condutor da canoa.
O responsável pela embarcação
não teria distribuído coletes salva-vidas para todos e teria permitido que
embarcassem mais passageiros que o máximo permitido. “Se o condutor, que é
responsável pelos passageiros, não observar as normas, isso já pode ser
considerado com uma modalidade de culpa”, afirmou o delegado. O dono da canoa
pode ser indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O delegado aguarda o
resultado dos laudos com a causa das mortes. Uma perícia ainda deve ser
realizada no local do acidente para tentar esclarecer o que provou o naufrágio.
A Polícia Civil tem trinta dias para concluir o inquérito.
Acidente
O naufrágio aconteceu na
tarde de sábado (22), quando 11 pessoas embarcaram em uma canoa. Elas passavam
o final de semana em uma chácara. Segundo os bombeiros, os sobreviventes
informaram que, quando o barco se distanciou das margens do lago, a água
começou a entrar pela proa e rapidamente a canoa afundou.
Comerciante, Sandro Viera é
uma das pessoas que estava na canoa. O sobrevivente conta como o acidente
aconteceu: “Chegando ao lago, o rapaz ofereceu para a gente andar de barco. Foi
aí que começou a entrar todo mundo. Na metade do rio começou a entrar água na
canoa e o barco virou, quando já estava fazendo a curva para voltar”.
Segundo o Corpo de Bombeiros,
um menino de seis anos era o único a usar colete salva-vidas. Ao ver a mãe afundando,
ele a segurou e ambos se salvaram. Além deles e do comerciante, o homem que
conduzia o barco também sobreviveu. Proprietário da canoa, o condutor fez o
teste do bafômetro, que deu negativo para o consumo de bebida alcoólica.
O menino Artur da Silva, de 6
anos, usava boia em um dos braços. Ele chegou a ser resgatado por parentes e
encaminhado a um hospital de Luziânia. Entretanto, não resistiu.
As outras seis vítimas se
afogaram e os corpos foram retirados no lago pelo Corpo de Bombeiros. As
crianças que morreram são: Ane Gabriele, de 4 anos, Jaine Vitória, 10 anos e
Davy da Silva Menezes, 11 anos. A adolescente Sara da Silva Ribeiro, de 16
anos, também se afogou. Os adultos Evandro José dos Santos e Rúbio da Silva,
ambos de 27 anos, também morreram.
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