Polícia
prende jovem suspeito da morte de duas mulheres em Goiânia
A Polícia Civil prendeu, na noite de quinta-feira
(7), um suspeito de envolvimento em dois homicídios contra mulheres praticados
por motociclistas neste ano em Goiânia e que são investigados por uma
força-tarefa da corporação. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8), o
superintendente de Polícia Judiciária de Goiás, delegado Deusny Aparecido, não
revelou quais os casos em que o homem detido teria agido nem a sua identidade,
mas afirmou se tratar de um jovem que já havia cumprindo pena em Goiânia por
outros crimes.
Uma força-tarefa criada na última segunda-feira (4)
pela Polícia Civil está investigando a série de assassinatos cometidos contra
mulheres este ano na capital. A polícia não crê na existência de um
"serial killer", mas também não descarta a possibilidade.
Ainda segundo o delegado, o suspeito, que não teve
a idade divulgada, estava em casa, mas o bairro onde a prisão ocorreu não foi
relevado. No imóvel, foram apreendidas uma moto e vestimentas pretas, além de
alguns capacetes, um deles, também de cor escura. Questionado sobre onde o
jovem estaria detido, Aparecido revelou apenas que ele está em "uma das
celas da capital".
De acordo com a polícia, o suspeito é ex-dentento
do sistema prisional goiano e já tem uma extensa ficha criminal, com passagens
pelos crimes de assalto e formação de quadrilha. Ele não é um dos envolvidos
nas mortes que estava com ordem de prisão em aberto. Segundo o delegado, o
pedido foi feito após a instituição da força-tarefa e acatado pela Justiça
recentemente.
"Representamos pelos dois mandados de prisão
após a criação da força-tarefa por acreditar que ele [o suspeito detido] tem
envolvimento em dois dos casos investigados. Já o ouvimos e ele negou
participação nos fatos, mas ainda é o principio da apuração e vamos ouvi-lo
outras vezes", disse.
Força-tarefa
A força-tarefa da Polícia Civil investigava 18
casos ocorridos neste ano em Goiânia, mas na coletiva desta tarde o delegado
descartou um dos crimes, que era uma tentativa de homicídio contra uma mulher.
Entre os homicídios que continuam sendo apurados estão as mortes de 15
mulheres, a de um homem e uma tentativa de homicídio contra uma mulher.
"Sentamos junto com a investigação e
concluímos que essa tentativa sequer aconteceu. Isso fez a polícia perder muito
tempo e dinheiro em busca de um fato falso, prejudicando de sobremaneira nossa
apuração. Agora, trabalhamos com 17 casos", destacou.
Participam do grupo de investigação 16 delegados,
sendo os nove da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três
que atuam em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles,
30 agentes e dez escrivães também integram o grupo.
O primeiro crime da série de assassinatos ocorreu
em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada
por homens em uma motocicleta, no Setor Lorena Park, na capital. Na época, a
polícia informou que eles roubaram o celular da vítima e fugiram.
A vítima mais recente foi a estudante Ana Lídia
Gomes, de 14 anos, morta no último dia 2 deste mês por um motociclista em um
ponto de ônibus do Setor Conjunto Morada Nova, na capital. Por causa das
semelhanças dos crimes, o assassinato de Ana Lídia aumentou a desconfiança da
população de que um assassino em série está agindo em Goiânia.
Segundo informações da Polícia Civil, os crimes
tiveram dinâmica semelhante. Porém, de acordo com o delegado titular da
Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polati, as
investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas
diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.
O delegado explica que algumas das investigações
indicam crimes passionais e outras apontam envolvimento das vítimas com consumo
e tráfico de drogas. Entretanto, ele não dá detalhes para não comprometer os
inquéritos.
Desde maio, quando surgiu a possibilidade de que
exista um "serial killer" na capital, após uma mensagem de voz
compartilhada pelo aplicativo de celular Whatsapp, a Polícia Civil tratava o
caso como um boato. No último dia 3 deste mês, a corporação voltou a afirmar
que não crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em
Goiânia, mas admitiu, pela primeira vez, que não descarta a hipótese.
Fonte: g1.goias
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