A pamonharia onde trabalhava a cozinheira Marizete
de Fátima Machado, 53 anos, morta após ser baleada e queimada, foi reaberta
nesta quarta-feira (8), no Jardim América, em Goiânia. Os proprietários do
estabelecimento prestaram homenagem à ex-funcionária, assassinada após uma
suposta disputa comercial. “Marizete, temos certeza que você foi um mártir com
sua força para livrar as pessoas da morte”, diz um cartaz com uma foto da mulher.
O proprietário do estabelecimento afirma que ainda
busca outra funcionária para substituir Marizete, mas já pretende voltar a
servir as refeições. Ela trabalhou no local por nove anos e era tida como da
família pelos patrões. “O que não podia acontecer, já aconteceu. O passado não
pode ser mudado, a gente tem que olhar para frente e prosseguir”, afirma Maria
Helena da Silva Campos, uma amiga da cozinheira.
O crime aconteceu no dia 29 de março, quando
Marizete saía do trabalho e foi obrigada a entrar em um carro. Ela foi levada
até um matagal em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana, onde foi baleada e
queimada.
Mesmo ferida, Marizete caminhou cerca de 2 km e
conseguiu pedir ajuda. Ela teve mais de 40% do corpo queimado e morreu após
dois dias internada no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
A Polícia Civil finalizou o inquérito sobre o caso
na terça-feira (7) e indiciou a comerciante Sueide Gonçalves da Silva, 56 anos,
e o filho dela, o também comerciante Willian Divino da Silva Moraes, de 28
anos, pelo crime. Eles são donos de uma pamonharia que disputava clientes com o
estabelecimento onde a vítima trabalhava. Para a polícia, essa briga comercial
motivou o assassinato.
Entretanto, Sueide afirmou que cometeu o assassinato
porque, segundo ela, Marizete era “feiticeira”. “Ela matou
minha mãe em uma obra de feitiçaria. Eu a odeio. Ela matou a minha mãe”, disse.
Prisão
Antes de morrer, Marizete apontou Sueide e o filho
dela como os autores do crime. A comerciante foi presa no dia seguinte ao
homicídio. Já Willian foi preso na quinta-feira (2), em Quirinópolis.
Em um vídeo divulgado pelo Grupamento Aéreo da
Polícia Militar (Graer), ele contou que a mãe foi a responsável pelo homicídio.
“Eles ameaçavam minha mãe de morte. Todos os dias ficavam implicando. Minha mãe
deu os tiros nela [vítima] e colocou fogo”, disse.
Ele também revelou que, após o crime, jogaram a
arma no Rio Meia Ponte e abandonaram o veículo na cidade de Corumbá. Depois
disso, o rapaz foi de táxi até a casa de parentes, onde ficou escondido.
Incêndio
Na sexta-feira (3), o Corpo de Bombeiros foi
acionado para combater um incêndio na casa e na pamonharia de Sueide e Willian.
Filho da cozinheira morta, Douglas Vinicius Machado de Abreu, 24 anos,
confessou que incendiou local.
Chorando, ele lamentou a perda da mãe e afirmou que
não é criminoso. “Todo mundo que está vendo na televisão sabe o que eu estou
passando. Você acha que eu fiz isso porque sou bandido, malandro? Não! Foi por
justiça”, desabafou. Detido em flagrante próximo do local incendiado, ele pagou
fiança de um salário mínimo e deixou o 20º Distrito Policial no mesmo dia.
Fonte: g1.goias
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