sexta-feira, 20 de novembro de 2015

"Em pleno século XXI" Jovem de Arraias (TO) sofre xingamentos e insultos preconceituosos em seu trabalho


Por Carlos Alencar, 
Em pleno século XXI, em meio ao século do conhecimento, onde, naturalmente os seres mais inteligentes da terra deveriam ter compreendido o verdadeiro valor da vida, diante de tantos sinais do desgaste gerado pela discriminação racial, social, financeira, política e de todos os outros tipos, Arraias, no sudeste do Tocantins, uma cidade originalmente advinda da luta pela sobrevivência da classe menos favorecida, originária do garimpo e cercada de comunidades quilombolas, ainda sofre com o preconceito absurdo por parte de muitos que se acham donos da cidade.

Isso por apenas terem nascido nas famílias de quem mandava e não de quem obedecia e possui a pele clara como se isso determinasse seu carácter, pelo contrário, sempre fizeram parte da corja política que sempre viveu em função de favorecimentos na e da cidade.

O caso aconteceu em um comércio local onde trabalha o jovem Lucas Santini. 

Lucas é cantor, compositor, capoeirista, artista de teatro e toca na banda da igreja da matriz, e mesmo diante de tantos talentos e qualidades, Lucas tem um defeito para quem o agrediu, Lucas é negro. 

Sim, por causa de sua cor de pele e de seu jeito irreverente e próprio de ser, Lucas acabou sendo desacatado e discriminado a luz do dia para muitos verem e ouvirem.As agressões aconteceram no local de trabalho do garoto que está acima de qualquer suspeita e jamais se viu envolvido em qualquer tipo de crime na cidade. 

Durante um serviço em que Lucas carregava (levava as mercadorias) o veículo do agressor, que teria pedido ao garoto que colocasse a mercadoria em outro local.

Contudo, antes que o serviço estivesse completo, o “cidadão”, iniciou com seus ataques.Segundo Lucas, “foram xingamentos de todos os tipos. 

"Me chamou de vagabundo, moleque, negrinho folgado, maconheiro, e tudo mais que poderia sair de sua boca preconceituosa. Ele acha que o fato de ser de família tradicional em Arraias, pode falar o que bem quiser e ficar por isso mesmo.

Isso sempre foi assim por aqui. Mas desta vez não vou aceitar mais que eu seja humilhado como se eu fosse o culpado. Como se minha cor fosse um problema, pelo contrário, nem eu nem minha família jamais estivemos envolvidos em qualquer escândalo na cidade, contrário de muita gente de nariz empinado que vemos por aqui a destratar as pessoas”, disse o rapaz.

Lucas deu entrada em uma ocorrência judicial no Fórum da cidade para apuração do caso.

No entanto, o rapaz conta que, mesmo diante de todos os insultos e xingamentos, a ocorrência não foi feita como racismo. "Não sei porque, mas foi feito como Injuria Real”.

A lei é clara, dura e tem que ser aplicada. A discriminação de qualquer espécie, seja ela, racial, financeira, religiosa ou qualquer outra é crime e o agressor, tem que ser preso pelo ato cometido. 

De acordo com a Lei 7.716, de 5 de  janeiro de 1989, diz que rodo aquele, independente de quem seja, já que a lei é feita para que todos a cumpram, cometa ato de discriminação e preconceito deve sofrer as consequências previstas na mesma lei. 

Nesse caso reclusão de até três anos.

Não foi revelado o nome do agressor a pedido de Lucas, que prefere esperar a decisão judicial para expôr quem foi o dono desse ato criminoso e que deve ser repreendido, não apenas pela justiça, pois é sua obrigação legal, mas por toda a sociedade como obrigação moral.
 
Fonte: A1 Notícias

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